quinta-feira, 29 de março de 2012

Ganhos nas compras a prazo

Pagar a prazo, dividido em X vezes, ou no cartão de crédito é um excelente negócio do ponto de vista financeiro, pois o desembolso é postergado e o valor pode ser aplicado, render juros e acabar diminuindo o valor final pago pelo bem. No entanto, o raciocínio só é válido se:

a. A venda não tenha juros, incluindo-se os juros embutidos. Isto é, um fornecedor lhe oferece uma esteira ergométrica por R$ 2.000,00, para pagamento em 30 dias, sem juros. No entanto, você pesquisa, e descobre que o concorrente dele oferece a mesma esteira por R$ 1.950,00, mas somente para pagamento à vista. Ou seja, caso você compre a esteira no primeiro fornecedor, estará pagando R$ 50,00 de juros embutidos, aproximadamente 2,5% a.m. Atenção: é importante que o fornecedor concorrente seja confiável, principalmente se a compra for online. Pagar à vista em compras na internet de fornecedores desconhecidos pode ser uma incrível roubada, no sentido literal da palavra.

b. O controle financeiro do comprador esteja perfeitamente funcional. Para aumentar o ganho financeiro com as compras sem juros, é necessário volume. Não adianta muito pagar praticamente tudo à vista, e ter um ganho financeiro total de aproximadamente R$ 11,00, apenas na compra da esteira (se os R$ 2.000,00 fossem mantidos em uma conta-poupança, por exemplo). Nesse sentido, é necessário aproveitar todas as oportunidades de compras a prazo. No entanto, uma coisa é parcelar e controlar pagamentos de uma ou duas compras. Outra coisa é comprar tudo com seu cartão de crédito (a ser tratado em outro post) e pagar tudo o que for possível divido em várias parcelas, e, ainda assim, manter o controle sobre todo esse fluxo de pagamentos. Se o comprador se perder nesses pagamentos, pode cometer um grande erro: o de gastar mais do que se têm e (ou) de comprometer a disponibilidade do seu dinheiro. Leia-se: o salário cai na conta e some até o dia "12" de cada mês.

c. O pagamento será depois, mas o dinheiro está reservado agora. Se o comprador vai pagar a esteira apenas mês que vem, os R$ 2.000,00 já devem ser considerados "gastos", e devem ser reservados na conta poupança ou transferidos para uma aplicação, até a data do efetivo desembolso. Não podemos gastar esse dinheiro, pois não só anularíamos o ganho financeiro como estaríamos nos endividando: teríamos gastado R$  2 mil que não são mais nossos, pois "já são" do fornecedor da esteira, que apenas prorrogou nosso desembolso. Devemos ter em mente que a conta só vem mês que vem, mas o dinheiro já está gasto, já tem outro dono, e está apenas emprestado (sem juros) conosco até a data do pagamento.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Tradicional início do ano

Estamos no final de março, saindo do tradicional aperto do início de ano... Aperto esse que não deveria ocorrer para quem se planeja financeiramente, pois conforme colocado no primeiro post desse blog, as despesas do início do ano não pertencem apenas ao início do ano, mas ao ano inteiro. Por essa razão, ao longo do ano devemos economizar especificamente para pagar essas despesas "extras".

Relendo o post, é realmente interessante como aplicar o planejamento é muito mais difícil que elaborá-lo (obviamente...). Minha dica, em janeiro de 2010 foi exatamente: "Aproveite este mês de janeiro para separar e anotar todas as contas “extras”. Some o IPTU, IPVA, contribuição do conselho e faça a divisão do valor total por 12. O resultado é o valor aproximado que deve ser guardado a cada mês para que o janeiro de 2011 não seja o mesmo sufoco. Mas atenção! Não deixe o dinheiro parado na conta corrente, pois além de não render, certamente acabará sendo gasto sem nem mesmo notarmos. Deposite as quantias rigorosamente após o recebimento do salário mensal em uma nova poupança, um novo fundo de renda fixa, CDB ou investimento similar de seu banco. Assim, o dinheiro ficará reservado, e até mesmo renderá alguns trocados para aliviar ainda mais o início do ano seguinte."

Meu conselho não foi aplicado durante o ano de 2010. Ainda assim, janeiro de 2011 não foi tão apertado, pois ainda estava morando com meus pais, e não tinha assumido integralmente todas as minhas despesas.

Em janeiro 2012, a história foi outra! Durante 2011, não guardei/apliquei as parcelas de 1/12, conforme sugeri, e fui obrigado a pagar parcelado o IPTU e o IPVA. Embora o valor do desconto do IPVA, em reais, não fosse muito expressivo, em percentual já vimos que é. O fato é que, além de pagar dividido, ainda assim me apertei com as parcelas nos primeiros meses do ano! Ou seja, a falta de aplicação do planejamento me custou alguns juros e ficar apertado...

Por que aplicar o planejamento é tão mais difícil?