terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tesouro Direto - uma poupança em renda fixa

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Muita gente já ouviu falar, mas poucas pessoas sabem como funciona, e menos ainda têm o hábito de investir em títulos do Tesouro Direto. Esse tipo de investimento pode ser uma excelente alternativa aos tradicionais fundos de renda fixa, CDB ou similares, e ao contrário da fama, nada têm de misteriosos ou complicados.

De uma maneira simplificada, comprando títulos do tesouro direito, você estará emprestando dinheiro para o governo. É um investimento considerado conservador, com alta segurança e risco praticamente nulo. Por outro lado, as taxas de rentabilidade fornecidas são especialmente atrativas se comparadas às taxas dos diversos fundos de renda fixa tradicionais.

Para se conseguir uma boa rentabilidade em fundos de renda fixa, digamos algo em torno de 10 a 12% ao ano, é necessário investir em fundos de “elite”, isto é, com um grande capital inicial. Geralmente, esses fundos são disponibilizados pelos bancos para investimentos iniciais de R$ 100.000,00 ou mais. Investindo em tesouro direto, consegue-se tal rentabilidade com investimentos a partir de R$ 150,00 ou R$ 200,00. Isto porque os diversos títulos disponíveis têm valores variados, e é possível comprar frações de título em múltiplos de 2: 0.2 de um título, 0.4, 0.6, 0.8, 1.0, 1.2, etc.

Outra grande vantagem é a taxa de administração cobrada, que é incrivelmente inferior à cobrada pelos bancos, além de não termos o problema do come-qüotas, famoso por diminuir a rentabilidade. A grosso modo, o come-quotas é uma forma de remunerar aos bancos pelo serviço de administração do fundo, no qual de tempos em tempos, uma parte de seu capital “some”.

Os títulos são divididos em: prefixados, indexados ao IPCA ou IGP-M e indexados à Selic.

Ao comprar um título prefixado, você saberá exatamente o quanto ele vai render anualmente até a data de seu vencimento (cada título tem uma data de vencimento, mas não é necessário esperá-la para liquidá-lo), e é uma boa opção de investimento.

Os títulos indexados ao IPCA ou IGP-M também têm uma rentabilidade certa anual, que é acrescida da correção da inflação, pelos indíces IPCA ou IGP-M. A grande vantagem é que a rentabilidade proposta é “real”, isto é, é acima da inflação. Por isso, a rentabilidade é aparentemente menor à do prefixado (6% contra 10 ou 11%), mas muitas vezes acaba se tornando maior, pois recebe a correção do índice de inflação, que é variável. Neste tipo de investimento, você além de se blindar contra a inflação, garante um rendimento certo e prefixado anual.

Por último, temos os títulos indexados à Selic, que são pósfixados. Isto é, o rendimento acompanhará a taxa Selic, e não há certeza de quanto renderá. Esse tipo de título pode ser considerado menos atrativo, pois além de não permitir uma projeção concreta, tem obtido menores rentabilidades, devido aos cortes sucessivos na Selic e à tendência de sua constante redução no longo prazo.

Importante também esclarecer que os títulos tem nomes, e os nomes são apenas aparentemente confusos: NTN-F, NTN-B, NTN-B Principal, LTN, LFT e outros. Mas não se assuste! O próprio site do Tesouro explica de forma clara as diferenças de cada um, que podem ser resumidas em uma dica principal: inicialmente, prefira os títulos que não pagam cupons. Alguns títulos (NTN-F e NTN-B), pagam semestralmente parte do dinheiro investido - cupons, até a data de vencimento. Geralmente possuem taxas de rentabilidade maiores, mas a desvantagem é que o dinheiro que lhe for pago não renderá mais, ou seja, diminuirá o efeito juros sobre juros e consequentemente o montante final.

Para investir em títulos do tesouro, é necessário o intermédio de uma corretora, que pode ser qualquer operadora de bolsa de valores ou seu próprio banco, via home banking. Para flertar com os títulos e conhecer mais, acesse http://www.tesourodireto.gov.br/. Não deixe de clicar em “preços e taxas dos títulos” para conferir as ofertas e as rentabilidades propostas. Vale lembrar que os títulos ofertados mudam constantemente, e portanto, se hoje você não achar um título nas suas condições ideais, nada impede que daqui a uma quinzena ele seja ofertado.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mídia: Entrevista Rede Minas

Pessoal,

No mês de outubro do ano passado, tive o prazer de participar do programa Brasil das Gerais do canal Rede Minas.

Seguem abaixo dois links do You Tube de pequenos trechos do programa.

http://www.youtube.com/watch?v=Z77s7YPZSwM

http://www.youtube.com/watch?v=0aZtxB6HkAo

Abraços a todos!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mídia: Reportagem Jornal Estado de Minas

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No dia 25 de outubro de 2009, fui entrevistado para uma reportagem do caderno de Economia do Estado de Minas.

Segue a reportagem digitalizada. Obs.: Para ler a reportagem, gentileza clicar sobre as imagens.




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Janeiro Injustiçado

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O final do ano passou e janeiro chegou. Janeiro é aquele mês em que gastamos muito mais dinheiro, pois ficamos atolados em dezenas de contas, correto? As nossas despesas aumentam monstruosamente, pois pagamos IPVA, IPTU, material escolar dos filhos, anuidades de conselhos de profissão, etc. Mas na verdade, essa situação não precisa necessariamente acontecer.


Realmente em janeiro recebemos diversas contas que devem ser pagas e, se não houver planejamento, podemos ficar completamente sem dinheiro, assumindo dívidas, utilizando o cheque especial e entrando no vermelho. Mas será que realmente o mês de janeiro é o culpado? Isto é, será que as contas de janeiro são despesas do mês de janeiro?

Na contabilidade, temos um princípio fundamental, chamado Princício da Competência. Uma das implicações desse princípio é que devemos assumir e reconhecer as despesas no momento em que elas ocorrem, mesmo que ainda não tenham sido efetivamente pagas. Aplicando a contabilidade ao nosso cotidiano, veremos que: se pagarmos um jantar hoje, com cartão de crédito, a despesa deve ser de hoje, e não do mês seguinte, quando a fatura do cartão chegará e efetivamente tiraremos o dinheiro “do bolso” para pagá-la.

Nesse sentido, vale fazer as seguintes reflexões: Moramos em nossas casas apenas no mês de janeiro ou em todos os meses do ano? Utilizamos nossos carros apenas em janeiro ou também nos outros meses? Exercemos a profissão de advogado/médico/engenheiro/contador/etc. apenas em janeiro? Vale também lembrar que janeiro é o único mês do ano em que nossos filhos não estudam, embora todo o material seja comprado nele...

A conclusão é bastante óbvia, não? O que acontece é que em janeiro pagamos contas que representam despesas do ano inteiro, e não só de janeiro. O mês de janeiro não deve ser injustiçado e responsabilizado por isso, pois as despesas não pertencem a ele. Por esse motivo, devemos planejar e distribuir tais despesas ao longo do ano, para que não ocorra a sobrecarga financeira no início do ano.

Aproveite este mês de janeiro para separar e anotar todas as contas “extras”. Some o IPTU, IPVA, contribuição do conselho e faça a divisão do valor total por 12. O resultado é o valor aproximado que deve ser guardado a cada mês para que o janeiro de 2011 não seja o mesmo sufoco. Mas atenção! Não deixe o dinheiro parado na conta corrente, pois além de não render, certamente acabará sendo gasto sem nem mesmo notarmos. Deposite as quantias rigorosamente após o recebimento do salário mensal em uma nova poupança, um novo fundo de renda fixa, CDB ou investimento similar de seu banco. Assim, o dinheiro ficará reservado, e até mesmo renderá alguns trocados para aliviar ainda mais o início do ano seguinte.